Frequentada por jovens e casais, a praça Santa Rita carrega uma história de amor e “revolta”
Se você pedir para algum salense um relato envolvendo a praça Santa Rita, com toda certeza encontrará vários tratando sobre o início de relacionamento. O local é tradicional na formação de casais, não importa a época.
Talvez seja a energia de lá. Não sabemos se você é do tipo de pessoa que acredita nessas coisas, mas fato é que o local carrega uma bela história romântica. Será que isso não influencia em nada?
Os envolvidos são antigos moradores da cidade: D. Virgínia Ronchini Dantas e seu esposo Alberto Maciel Dantas. Ambos vieram do Rio de Janeiro e também são referência no desenvolvimento cultural do nosso município.
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O casal veio para Sales Oliveira em 1926, dois anos após celebrarem o matrimônio. Mas com o passar do tempo a saudade da terra natal começou a apertar.
Foi em 1956, em uma ideia apresentada pelo padre Joaquim Correia Leandro, então pároco da cidade, que Alberto viu a chance de ajudar a amada a acalmar o coração.
"Para aliviar a saudade e homenagear a esposa, o Sr. Alberto Dantas, requintado e sonhador, batalhou pela construção da torre da igreja onde imaginou instalar uma estátua do Cristo Redentor, semelhante ao Corcovado", a história foi contada pelo professor e historiador Mário Picinato. A apuração veio após ele participar de um concurso cultural na cidade que ficou com o primeiro lugar.
Quando alguém extrapola um determinado espaço, por aqui, usamos o ditado "quer colocar São Paulo dentro de Sales". Contudo, se a "cidade da garoa" não coube, o Rio de Janeiro coube, ao menos para o sr. Alberto.
Ele teve a ideia de contornar os arredores da praça Santa Rita com a estética do calçadão. Mas o projeto não ficou restrito ao ambiente que abriga a igreja matriz salense, foi levado à pracinha dos bancos também.
Acontece que em 1996, após uma reforma promovida pela administração de João Baptista Bonadio, a referência se perdeu. Uma grande mudança aconteceu passando pela paisagem, luminárias, bancos, calçamento entre outras coisas.
Na música Ideologia, Cazuza trata sobre o espírito da juventude de transformação. A praça Santa Rita também carrega um pouco desse sentimento, que transformou-se em uma intentona paisagística.
Ao final da década de 20, cerca de 40 jovens reuniram-se na calada da noite, derrubaram algumas árvores e desenharam o que hoje compreendemos como a praça. A ação veio após sucessivos pedidos da população, ignorados pelo Capitão Getúlio Lima, então prefeito de Orlândia e responsável por Sales Oliveira no período, de criar um ambiente daqueles.
O local historicamente passou por melhorias e se tornou o principal ponto de encontro do município, especialmente de jovens. Vale lembrar que o desenho é o mesmo daquele projetado no século passado.
E aí, gostou da história?
Que tal nos fazer uma visita e sentir essa energia e saber um pouco mais sobre nós?